segunda-feira, 11 de junho de 2012

Você é escravo do celular?

Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e podem até causar acidentes de trânsito. Quando é a hora de desligar? Faça o teste e descubra se você é viciado em celular

RAFAEL BARIFOUSE. COM ISABELLA AYUB

COMPORTAMENTO - 08/06/2012 00h00 - Atualizado em 08/06/2012 12h04

Capa Época 734 (Foto: divulgação)
 Revista Época

Estamos viciados. Em qualquer lugar, a qualquer momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto de nossa dependência. Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos correndo. Somos incapazes de ficar mais de um minuto sem olhar para ele. É através dele que nos conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho. Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio dele. Os neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos quais nos tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número de brasileiros com mais de 15 anos que têm smartphones, os celulares que fazem muito mais que falar. Com eles, trocamos e-mails, usamos programas de GPS e navegamos em redes sociais. O tempo todo. Observe a seu redor. Em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam. Enquanto namoram. Enquanto participam de uma reunião. E – pior de tudo – até mesmo enquanto dirigem.
“É uma dependência difícil de eliminar”, diz o psiquiatra americano David Greenfield, diretor do Centro para Tratamento de Vício em Internet e Tecnologia, na cidade de West Hartford. “Nosso cérebro se acostuma a receber essas novidades constantemente e passa a procurar por elas a todo instante.” O pai de todos os vícios, claro, é o Facebook, maior rede social do mundo, onde publicamos notícias sobre nós mesmos como se alimentássemos um grande jornal coletivo sobre a vida cotidiana. Depois dele, novas redes foram criadas e apertaram o nó da dependência. Programas de troca de fotos como o Instagram conectam milhões de pessoas por meio das imagens feitas pelas câmeras cada vez mais potentes dos celulares. Os aplicativos de trocas de mensagem, como o Whatsapp, promovem bate-papos escritos que se assemelham a uma conversa na mesa do bar. O final dessa história pode ser dramático. Interagir com o aparelho – e com centenas de amigos escondidos sob a tela de cristal – tornou-se para alguns uma compulsão tão violenta que pode colocar a própria vida em risco. 
Na reportagem de capa da edição que chega às bancas e ao seu tablet (baixe o aplicativo) nesta sexta-feira (8), ÉPOCA se debruça sobre o onipresente universo dos smartphones. Antes restritos à voz, os celulares inteligentes se transformaram em computadores portáteis que carregamos no bolso, às vezes sem nos dar conta de que dentro deles estão nosso círculo de amigos, nosso trabalho, nossas lembranças e – sobretudo – nossa disposição em responder a qualquer interrupção. Ele toca, vibra ou faz apenas aquele inconfundível ruído de chegada de uma nova mensagem – e pronto! Lá estamos nós digitando no meio da reunião, da aula, do almoço, do encontro amoroso, quando não em situações arriscadíssimas como o volante ou a mesa de cirurgia.
Ninguém defenderá a volta a um mundo antigo, sem os confortos do mundo digital – até porque, de um ponto de vista puramente pragmático, isso é impossível. Mas é inegável que as novas tecnologias despertam novos padrões de comportamento e exigem profundas mudanças de hábito, para que cada indivíduo aprenda a conviver com elas de modo saudável. Os smartphones se tornaram ferramentas essenciais para a agilidade e a presteza, hoje tão necessárias para garantir os níveis de produtividade exigidos na economia moderna. Mas não podemos nos tornar escravos deles. É preciso saber a hora de desligar. E fazê-lo sem medo, sem sentimento de culpa e com a certeza de que somos nós – seres humanos – que devemos comandar as máquinas. E não o contrário.
Teste avalia se você é viciado em celular: 9 perguntas (clique aqui)


13 comentários:

  1. Comcordo completamente com o artigo: as pessoas ficam viciadas e dependentes do celular. Não sabemos viver sem o telefone, o qual usamos o tempo todo.

    Eu acho que o mundo digital tem muitas vantagens como por exemplo a possibilidade de escrever o intercambiar arquivos em vivo com pessoas que ficam a muitos milhares de quilômetros. Porém também há algumas desvantagens como a perda das relações sociais presenciais, preferimos fazer um bate-papo pelo Whatsapp que combinar para tomar uns chopes.

    Em conclusão, o uso dos smartphones é uma realidade do mundo atual que deberiam ser utilizados quando for preciso, não o tempo todo.

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  2. Lido o artigo do blogue, estou viciado com o celular.

    Eu uso o celular para qualquer coisa menos para ligar. Eu troco mensagems e fotos com meus amigos pelo whatsapp, uso as redes sociais e leio as noticias dos jornais na internet. Antes de ter o smartphone, ficava mais com meus amigos.

    Depois de refletir sobre meu uso do celular, vou utilizar menos para não estar viciado. É melhor ficar e falar com alguém que fazê-lo por meio do celular.

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  3. Ótimo teste, descobri que no meu caso já se tornou um hábito.
    A solução será usar a famosa receita da vovó para deixar de roer as unhas:
    1. Mergulhar o iphone em óleo de rícino.
    2. Pôr pimenta no teclado.
    3. Tomar Vitamina A antes de usar o WhatsApp.

    Boa sorte!

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    1. Adorei as suas soluções, Mariana!
      Depois você me diz se deram certo ou não ;-)
      Muito boa sorte para você também :-)

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  4. Oi, eu achava que era adicta, mas não, ainda tenho margem.
    Talvez eu vou me comprar um novo celular!

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  5. Segundo a enquete do artigo, eu ainda tenho salvação...de momento!
    Embora eu nunca voltasse a casa para procurar o smartphone, quando alguma vez eu o esqueci, é verdade que o resto do dia fiquei preocupada. Mas eu resisti a tentação.
    Sob a minha opinião, o pior do uso abusivo que temos destes apetrechos é que não somos conscientes da sua escravidão, achamos que não fazemos nada esquisito.
    Preferimos escrever umas palabrinhas, depresa, quase sem pensá-las, antes do que manter uma boa conversa com os amigos o a família...Se nós continuarmos deste jeito, nossas mãos precisarám de mais dedos!!
    Concordo com o artigo que já não podemos voltar para trás; não podemos negar as bondades das novas tecnologias mas devemos usá-las com cabeça.

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  6. Meu namorado disse que este teste não está muito certo... Segundo a solução, eu uso o celular com moderação, mesmo que agora esteja com ele na mão e leve aí à tarde inteira... Acho que vou ter que refazer o teste e que da segunda vez não terei salvação!

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    1. Talvez seja melhor não refazê-lo e pensar que ainda temos salvação ;-)

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    2. Concordo totalmente com o que o artigo diz. Eu detesto o uso que as pessoas (em geral) fazem das redes sociais

      Eu acho que as pessoas (quase sempre) esquecem que o mais importante e o contato pessoal. As conversas tem que ser mantidas pessoalmente. (Se as pessoas inverterem o tempo fazendo outras coisas...)

      Alem disso, considero que un bom uso dos celulares teria que ser ensinado desde cedo nas escolas. Se os meninos aprenderem a utilizá-los desde entao, eles saberao aproveitar as oportunidades que eles oferecem

      De fato Mila, eu estou tao em desacordo do uso de internet que eu tivesse preferido nao escrever a minha opinaio neste bloque... jeje ;-P

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  7. O teste confirma que ainda não estou viciada no uso do celular ;-D
    Na verdade, nunca esteve muito interessada em tecnologia, só a uso quando é necessária. Imagine! Até agora não precisei me cadastrar em nenhuma rede social! Acho que sou preguiçosa demais para viver antenada o tempo todo... Alem disso, como o celular não é importante para minha vida professional, nem pessoal, não sinto a obligação de estar conectada. Apesar disso reconheço que, às vezes, eu gostaria de ficar um pouco mais por dentro desse mundo digital.
    Catalina Perelló

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  8. Lido o artigo, acho que, felizmente, ainda nāo estou viciada no celular, mas encontrei muito interessantes as dicas da Mariana para solucionar dois problemas da minha filha adolescente!. No futuro, usarei as mesmas soluçôes para que ela deixe de roer as unhas e deixe tambêm de mexer no celular: por pimenta nas duas pode ser una boa ideia. Elena

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  9. Acho que de ter feito o teste em outro momento o meu resultado poderia ter sido muito pior.
    Agora tirei 13 pontos, mas acho que há épocas nas que teria tirado o máximo. Isso é um bom sinal, significa que se desintoxicar do telemovel é possível!
    Maddalena Caravello

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  10. Preenchei o test e infelizmente o celular, para mim, parece ser mais que uma ferramenta. O uso que faço dele supera o bom-senso! Inclusive, a recomendação é que tenho que procurar ajuda de um professional para que o celular afete menos minha vida!

    Realmente eu faço todo o que o artigo diz: dormir ao lado dele, levar ao banheiro, olho o tempo todo, troco mais mensagens por WhatsApp com meus amigos do que falo com eles,...A conclusão é que estou viciada.

    Somente há uma coisa que não faço de jeito nenhum, olhar o telemóvel enquanto dirijo o carro já que pode colocar a própria vida e a vida de outras pessoas em risco.

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